Brincadeira não tem hora


PROJETO

NOME: BRINCADEIRA NÃO TEM HORA
ÁREA DO CONHECIMENTO: INTERDISCIPLINAR
FAIXA ETÁRIA: 2º ANO
DURAÇÃO: ANUAL

         JUSTIFICATIVA:
         Desde muito pequenas, as crianças fazem uso das brincadeiras para interpretar seus desejos, estados íntimos e necessidades, bem como para representar papéis dos adultos na sociedade. É partindo de experiências e trocas que realiza com o ambiente e com as pessoas com as quais convive que pode ampliar seu repertório motor e suas possibilidades gestuais, adquirindo assim, maior controle e autonomia sobre seu corpo.
         Ao brincar, a criança busca imaginar, imitar, comunicar e representar de uma forma específica que uma coisa pode se outra, que uma pessoa pode se uma personagem, por exemplo. Brincando, a criança desenvolve suas habilidades cognitivas, seu potencial de reflexão e de construção do conhecimento. É com o lúdico que ela experimenta a vida, resolve problemas e desenvolve sua socialização.

         “É um momento no qual a criança pode ser autora de suas próprias ações, escolhendo, elaborando e colocando em prática suas fantasias e conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto, podendo experimentar um pensar e solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade imediata.” (Henri Wallon).

         Quando joga, a criança brinca em um contexto de regras e com um objetivo pré-definido, pois suas ações giram em torno de metas comuns, compartilhadas pelo grupo. O jogo possibilita e oferece interação, porque permite o confronto de percepções e esquemas, de comparações, de trocas de informações e pontos de vista, de modificações e conhecimentos prévios.
         Nesta concepção, os jogos e as brincadeiras acabam por se tornar os principais norteadores de um processo de educação, já que oferecem interessantes situações de aprendizagem dentro de um contexto rico de significados para as crianças, uma vez que, na perspectiva da criança, brinca-se pelo prazer de brincar. Por isso, pensamos neste projeto, que trás a brincadeira de criança como alternativa saudável para o dia-a-dia na escola, principalmente, no horário do recreio e fora dela, resgatando de forma lúdica e construtiva o brincar educando. Afinal, atualmente, as crianças só brincam com brinquedos virtuais ou eletrônicos...

         “O brincar da criança é determinado por desejos: de fato, por um único desejo – que auxilia o seu desenvolvimento – o desejo de ser grande e adulto.” (Freud).

         OBJETIVOS GERAIS:
      Desenvolver capacidade criadora;
      Descobrir o interesse pelas antigas brincadeiras que desafiavam, desenvolviam e envolviam as crianças de algum tempo atrás;
      Estabelecer e fortalecer laços entre os alunos e sua classe;
      Criar oportunidades de troca entre as turmas e as famílias para que haja um maior entrosamento e maior conhecimento sobre o assunto;
      Fazer um levantamento sobre as brincadeiras que as famílias conhecem.

OBJETIVOS CONCEITUAIS:
      Reconhecer que as dinâmicas, brincadeiras, atividades corporais são construtivas desde que sejam respeitadas as diferenças de ordem física e de desempenho, sem que haja quaisquer tipos de discriminação;
      Conhecer a pluralidade de manifestações culturais nos vários tempos históricos;
      Identificar a necessidade de atividades coletivas corporais de lazer;
      Resgatar as brincadeiras como meio de romper barreiras entre adultos e crianças;
      Recordar a própria infância e a dos familiares.

OBJETIVOS PROCEDIMENTAIS:
      Participar de dinâmicas de grupo;
      Participar de brincadeiras com os colegas e familiares;
      Pesquisar sobre as brincadeiras da comunidade e das famílias;
      Entrevista com os familiares;
      Organizar gincanas com os colegas de outras salas;
      Participar de brincadeiras, utilizando os cantos diversificados.
OBJETIVOS ATITUDINAIS:
      Adotar atitudes de respeito mútuo e solidariedade em quaisquer situações lúdicas;
      Valorizar a pluralidade de manifestações culturais corporais;
      Valorizar a própria infância e a dos familiares.

         CONTEÚDOS:
EXPRESSIVIDADE:
      Utilização expressiva intencional do movimento nas situações cotidianas e em suas brincadeiras;
      Percepção de estruturas rítmicas para se expressar corporalmente pro meio de danças, brincadeiras e outros movimentos;
      Valorização e ampliação das possibilidades estéticas do movimento pelo conhecimento e utilização de diferentes modalidades de dança;
      Percepção das sensações, limites, potencialidades, sinais vitais e integridade do próprio corpo.

         EQUILÍBRIO E COORDENAÇÃO:
      Participação em brincadeiras e jogos que envolvam ações como correr, subir, descer, escorregar, pendurar-se, movimentar-se, dançar etc., para ampliar gradualmente o conhecimento e controle sobre o corpo e o movimento;
      Utilização dos recursos de deslocamento e das habilidades de força, velocidade, resistência e flexibilidade nos jogos e brincadeiras dos quais participa;
      Valorização de suas conquistas corporais;
      Manipulação de materiais, objetos e brinquedos diversos para aperfeiçoamento de suas habilidades manuais.

         ETAPAS PREVISTAS:

1.     Jogos dramáticos (brincadeiras de faz-de-conta).
Os jogos dramáticos contribuem muito para a aprendizagem, sobretudo pensando que o lúdico deve estar presente em todo processo ensino/aprendizagem. Ao brincar e dramatizar, a criança cria e recria situações.
         Utilizar o dia do brinquedo e outros a serem construídos para que as crianças explorem papéis sociais, pois é neste momento que ela pode  se colocar no lugar de outras pessoas e interpretá-las, trabalhando os diferentes papéis e as diferentes funções que lhe são atribuídas, muitas vezes percebendo o outro como parte fundamental da brincadeira, o que se torna necessários percepção da importância da divisão de papéis entre as crianças do grupo.

         2. Jogos de comando verbal que envolvam a interação, a imitação e o reconhecimento do corpo.
         As brincadeiras dão às crianças a possibilidade de imitarem animais, reproduzirem movimentos que estão sendo feitos por uma outra criança ou representarem experiências observadas e vividas como, por exemplo, brincar de se balançarem como as folhas, derreterem como uma pedra de gelo, voarem como pássaro etc.
        
Propostas de atividades:
      Siga o Mestre: o grupo segue as orientações de gestos e percursos pensados por seu “mestre”, que poderá ser o professor.

      Passa, passa, gavião: organizadas em círculo, as crianças deverão, enquanto cantam a primeira música (Passa, passa, gavião), andar nesta mesma formação passando por baixo de uma “ponte”, que será representada por duas crianças ou adultos que deverão dar as mãos pra formá-la, como nas quadrilhas de festa junina. Na parte em que a música fala sobre determinada profissão, as crianças deverão parar e andar e realizar um gesto que caracterize a profissão sugerida.
Música:Passa, passa, gavião
Todo mundo passa.
As lavadeiras fazem assim(2x)
Assim, assim(2x)
Passa, passa, gavião
Todo mundo passa.
Os sapateiros fazem assim(2x)
Assim, assim(2x)

      Caldeirão da bruxa: o professor é a bruxa e vai mexendo o caldeirão enquanto fala: “Tchica, tchica, tchica bum
                         Vou mexer meu caldeirão
                         Todo mundo vai virar....”
E diz então o nome de um animal que as crianças deverão imitar.

      Mamãe posso ir?: uma criança é escolhida para ser a mãe e as outras crianças serão as filhas. De uma distância, é estabelecido o seguinte diálogo:
- Mamãe, posso ir?
- Pode.
-Quantos passos?
-Três elefantes.
A criança dará três passos grandes em direção à mãe.
Outra criança repete:
-Mamãe, posso ir?
-Pode.
-Quantos passos?
-Dois passos de coelho.
A criança dá os dois passos em direção à mãe. E assim por diante.
Ganha a criança que chegar primeiro em direção à mãe.

      Espelho: pede-se que as crianças formem pares, ficando de pé e uma de frente para a outra. Uma criança é escolhida para ser o espelho, ou seja, imitar tudo o que a outra fizer. Depois invertem-se os papéis.

3.     Brincadeiras de roda:
As cantigas e brincadeiras de roda são manifestações espontâneas da cultura popular que, na simplicidade das suas melodias, ritmos e palavras, refletem o imaginário popular, perpetuam a cultura infantil e desenvolvem formas de convívio social.

Propostas de atividades:
      Cada macaco no seu galho: o professor fará uma grande roda com os alunos, colocando-os sentados e dentro dela, fará vários círculos no chão ou colocará bambolês, sendo o número de círculos menor que os participantes. Quando o professor disser “cada macaco no seu galho”, os alunos deverão sair de onde estão sentados e vão entrar no círculo feito no chão. Cada criança dentro de um círculo. Aquele que não conseguir entrar em um círculo deve permanecer na brincadeira e atrapalhar os demais para não conseguir entrar no círculo. Ganha quem for até o final na brincadeira.

      Escravos de Jó: sugere-se que cada criança fique com a sua peça e faça os movimentos.

      Ciranda, cirandinha: a sugestão é que no lugar do verso a criança faça uma imitação ou fale o nome de uma fruta ou animal.

      Serpente: enquanto canta-se a música, uma criança, com ou sem auxílio do professor, escolhe quem será o seu “rabo” dentre as crianças do grupo que estarão sentadas em roda.
Música: Esta é a história da serpente
            Que desceu do morro para procurar um pedaço do seu rabo
                      Você também, você também, você também,
                      faz parte desse rabão ãoãoãoão..

      A canoa virou: em roda a professora cantará a música e falará o nome da criança que ficará no centro da roda. Quando todas as crianças estiverem no centro da rodam o professor cantará a música.

       “Se eu fosse um peixinho...” e tirará uma criança por vez do centro. A última criança que ficar será o peixinho.

      Telefone sem fio:  grupo forma uma roda e escolhe um iniciante para falar uma palavra ou frase no ouvido de um colega. Cada um deve falar no ouvido do outro a mensagem recebida. No final, o último comunica ao grupo a mensagem recebida e todos podem comprovar que:
“Quem conta um conto, aumenta um ponto.”

      Passa anel: o grupo em roda escolherá uma criança que será o passador. A criança deixa o anel na mão de uma outra criança e perguntará com quem está o anel, sem dar dica com quem está. A criança escolhida dirá com quem está o anel e será o próximo passador.

      Batata que passa, passa: assim como a música “batata quente”, as crianças em roda passarão a bola, cantando a música. Sai a criança que ficar por último com a bola na mão.
Música: Batata que passa, passa
              Batata que já passou
              Quem ficar com a batata
              Coitadinho se queimou!
Outras sugestões de brincadeiras: Gato e o rato, Coelhinho sai da toca, Tatu quer sair, Alerta!, Corre cutia, João Bobo...

4. Circuito Motor:
É um momento no qual às crianças realizam um percurso simultaneamente, defrontando-se com alguns obstáculos propostos pelo professor, o que implicará na exploração e treino de diferentes habilidades motoras.

         Propostas de atividades:
Habilidades motoras básicas de locomoção:
      andar: de frente, de lado, engatinhando, na ponta dos pés etc.;
      correr: de frente, de lado, de mãos dadas etc.;
      saltar: em profundidade, do alto, com os pés juntos etc.;
      transpor obstáculos;
      equilibrar-se;
      transpor objetos;
      subir, escalar;
      pendurar-se;
      empurrar.

         Habilidades motoras básicas de manipulação:
      arremessar objetos;
      lançar objetos à uma determinada direção;
      receber objetos;
      combinação de diversas formas de receber objetos – com uma das mãos, com duas ou contra o corpo;
      combinação de habilidades – correr e saltar ou lançar e receber;
      chutar;
      rolar.
Quando a criança realiza um circuito, ela se depara com desafios e obstáculos que devem ser graduados à fase de desenvolvimento na qual se encontra.

5. Brincadeiras com regras:
As brincadeiras com regras desenvolvem nas crianças os valores de convivência e a obediência às regras aprendendo a ter limites.

         “A qualidade do desenvolvimento motor das crianças está amplamente relacionada com o conhecimento sobre suas ações que vão adquirindo em sua interação com o meio.” (Luis M. Ruiz Perez)

         RECURSOS:
      CDS
      DVDS
      Brincadeiras de roda
      Circuitos
      Dramatizações
      Danças
      Bambolê
      Corda
      Bola
      Amarelinha
      Queimada
      Rouba-bandeira
      Alerta
      Pega-pega estátua
      Pular elástico
      Xadrez
      Dama
      Jogo da Velha